sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Serra também quer o voto nulo da esquerda, não duvidem!!!



Alguns setores da esquerda brasileira, mais precisamente o PSTU e seus simpatizantes, estão fazendo duras condenações aos grupos da esquerda que no segundo turno resolveram usar o voto  contra Serra.   Opondo-se a essa atitude racional, eles consideram um erro qualquer tipo de apoio a Dilma, que segundo eles é a “igualzinha” a Serra e se decidiram pelo voto nulo.  Primeiramente, é preciso salientar que a questão não é apoiar a Dilma, mas derrotar o Serra e o que ele representa, ou seja, evitar um retrocesso, de caráter político.

As relações entre os movimentos sociais e o Estado ficaram mais tensas com uma possível vitória do PSDB; não haverá nenhum tipo de fortalecimento dos movimentos sociais ou aumento de sua consciência política, como os defensores do quanto “pior melhor” imaginam; mas o Estado colocará como pauta cotidiana a repressão e a violência, situações que a esquerda brasileira com seu amadorismo não saberá responder devidamente.

Na América Latina também teremos problemas. Ao contrário da relação de bons amigos, que o governo do PT procura manter com os governos de Evo e Chaves, a primeira atitude do PSDB e do DEM será transformar o Estado Brasileiro em arma do Imperialismo, causando, portanto, problemas aos nossos paises-irmãos; mas para o PSTU as diferenças não são importantes, é preciso colocar tudo mesmo saco... promover a miopia política...   O que parece denotar uma falta de senso de realidade e mesmo uma inconsciente queda para direita.

Há, portanto, diferenças qualitativas e culturais entre os dois grupos, que devem ser avaliadas. PSDB e DEM são siglas nas quais estão representados os setores mais conservadores e elitistas da população brasileira, setores que em sua visão de mundo e desejos políticos beiram o fascismo. Contudo, é preciso realmente combater o lulismo, mas repito não é chamando o voto nulo no segundo turno que convenceremos parcelas e parcelas do povo brasileiro sobre caráter anti-socialista do projeto de Lula; aliás, o grosso do povo brasileiro não tem nem consciência do que seria um projeto socialista no país.

A ultra-direita brasileira quer mesmo que a esquerdinha vote nulo, pois assim aumentamos as possibilidades de seu retorno; ela ficará feliz se usarmos nossa parca influência para conseguir mais e mais votos nulos, pois os votos nulos que conseguirmos não serão retirados do Serra, mas da Dilma, aumentando consequentemente às possibilidades de vitória da ultra-direita.    

Não se trata também somente de escolher entre essa ou aquela direita no segundo turno, mas avaliar as conseqüências possíveis que uma vitória do PSDB-DEM podem acarretar.  No entanto, sobre isso não adianta dizer muita coisa, pois na esquerda brasileira, existem até aqueles acreditam que uma vitória da ultra-direita poderia inflamar a luta de classes... Mas essa posição merece apenas riso e desconfiança.
 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O fascismo dos demotucanos

Eis que as eleições de 2010 revelaram o fascismo que desde os anos 80 estava escondido, restrito a guetos ou bandos pseudo-fascistas que os verdadeiros fascistas gostam de exterminar. No desespero de derrotar uma coligação de centro, a direita brasileira está apelando para o machismo, para o fanatismo religioso, para o anti-comunismo, para a criminalização dos movimentos sociais, para o apelo à agressividade contra os países vizinhos, em uma palavra, para o receituário fascista. A desproporção entre meios de luta e motivos nesse caso revela profunda luta de classes. A política externa não é suficiente para explicar tamanho desespero.

O governo Lula, que continuará com Dilma, é de fato um governo do PMDB, que tem os ministérios da Saúde, Educação, Comunicação, Defesa, a presidência do Senado e da Câmara dos Deputados etc. Agora terá também a vice-presidência! Esse governo não deu nem um mísero passo em direção ao socialismo. Contudo, a direita não o tolera, e até se desmascarou no desespero por derrubá-lo. Porque? Porque é necessário derrubar um governo capitalista dirigido pelo PMDB?

Simplesmente porque ele distribui migalhas! De fato, para os financistas, ou seja, para os capitalistas, digo, donos do capital, chegamos a um ponto em que mesmo o assistencialismo vai se tornando intolerável. Os lucros de alguns setores capitalistas, como os bancos, cresceram absurdamente, mas a conciliação de classes continua se revelando como uma aliança entre gaviões e andorinhas, raposas e galinhas. Não há possibilidade!

Uma parte pequena mas influente (pois detentora dos meios de comunicação e outros meios de persuasão) de nossa sociedade vive da miséria alheia. Programas infames como o bolsa família já elevam os preços das diárias de trabalhadores das regiões mais pobres. A duplicação de vagas nas Universidades Federais reduziram os lucros dos tubarões do ensino particular que são hoje sustentados pelo Prouni, ou seja, pelo governo federal, mas mesmo assim, certamente, trabalham contra ele nessas eleições. Em resumo, os assistencialismos e reformas cosméticas do governo Lula já foram, para os capitalistas, indesejáveis. Por isso, essa parte desnaturada da nação, que vive de explorar os compatriotas que precisam trabalhar, deseja um governo próprio, disposto a gerar mais miséria, ignorância e doenças, pois é isso que dá bons lucros.

Os capitalistas precisam de lucros como nunca precisaram antes! As economias capitalistas, como se sabe desde fins do século XIX, têm taxas de crescimento cada dia menores. Essas taxas de crescimento até podem ser artificialmente infladas por guerras e outras formas de destruir, mas a tendência constante é para a queda. Hoje, as taxas de crescimento dos países capitalistas desenvolvidos são ridículas.

O proletariado, por seu turno, é forte pelo seu número e tem certa tradição, embora no Brasil esteja completamente desorganizado e despolitizado. Os governos petistas têm sido o que esse proletariado tem conseguido com sua força. É pouco, quase nada, mas os capitalistas já não toleram.

Conclusão óbvia - não se pode esperar nem uma trégua dos capitalistas! Não há, portanto, motivo algum para reduzir o passo. A "estratégia" petista de abrir mão de bandeiras, de até realizar os projetos do inimigo, se tinha o objetivo de cooptá-lo ou acalmá-lo, fracassou. Precisamo de um forte Partido Comunista para ajudar a organizar e politizar o povo trabalhador.